A Casa é um porta-retratos. Uma caixinha de lembranças, caixinha de música, caixinha de segredos. Guarda nossos lápis de cor e nossas espadas. Casa é aconchego, proteção, intimidade. Espaço-universo criativo de estrelas e tempestades. A casa tem múltiplas faces, sorri e chora, acolhe e expulsa, embala sonhos e emoldura insônias. A casa esconde cantos que pulsam em infinita construção. É céu e inferno. Prende e liberta. Toda casa tem janelas com vista para dentro. A casa revela, desmascara seus habitantes, seus desejos, alma e expectativas, necessidades de sempre. A casa dá sinais em código, abre e fecha portas e janelas, gavetas e horizontes. Ariane Severo levanta e sacode os tapetes, descobre os móveis, abre as janelas, deixa o sol entrar e bater na poltrona confortável que abraça nossa preguiça, nos convida educadamente a esticar as pernas e a mente. Com leveza e sabedoria que lhe é própria, nos dá a mão e guia-nos pelos corredores. Seguimos pelas linhas bem arquitetadas de seu texto, visitando nossas peças, montando nosso quebra-cabeças, espiando nos espelhos. Seja bem-vindo, abra o livro e sinta-se em casa. (Marco Cena – Editor)