“Milhares de comunicados, reportagens, exposições, livros, álbuns, documentários e filmes de ficção sobre a guerra da Bósnia foram produzidos. Mas, quando a guerra acabou (ou, como julgam alguns, ficou interrompida por algum tempo), os repórteres embalaram suas câmeras e imediatamente partiram para outras guerras.” Desde 1996, a antropóloga Ève Klonowski passa seus dias e suas noites se recuperando e tentando identificar os restos dos desaparecidos na Bósnia. É assim que ela pode, então, devolvê-los a seus familiares, que se sentem quase felizes por poderem enterrar seus entes queridos. Passados dez anos da guerra e da limpeza étnica, o autor nos brinda com um depoimento emocionante. Mediante o destino cruzado de várias mulheres corajosas e admiráveis, ele evoca, de maneira oposta à mídia sensacionalista, os traumas e as feridas de um passado que continua presente. O talento do autor e sua sensibilidade excepcional tornam este documento universal e contundente. Será que algo pode nos justificar e tirar dos nossos ombros o fardo da culpa e da vergonha? Talvez apenas a ignorância… Tochman descreve aqui tudo o que a crueldade engendrou. Revela o medo dos executores e das vítimas, sendo o dos executores ainda maior do que aquele das vítimas. Apresenta indivíduos e famílias, criando assim uma imagem da sociedade. A leitura deste livro é fundamental. Trata-se de um relato limpo, sem palavras desnecessárias.
Informações sobre o Livro
Título do livro : Como se você comesse uma pedra
Série : Biblioteca antagonista
Autor : Tochman, W. L.
Idioma : Português
Editora do livro : BRO Global Distribuidora Ltda
Capa do livro : Mole
Ano de publicação : 2019
Quantidade de páginas : 256
Altura : 150 mm
Largura : 106 mm
Peso : 399 g
Tradutores : Favre Eneida
Gênero do livro : Literatura e ficção
Subgêneros do livro : Ficção
Data de publicação : 21-10-2019