Segundo livro de poemas de Nuno Rau, autor finalista Sim, palavras também constroem cidades, ao mesmo tempo que as desconstroem em avalanches céticas de ácidas imagens sem direção. O poeta Nuno Rau revela um Rio-de-Janeiro-Qualquer-Grande-Cidade com ferozes olhos de neblina e minério, onde a memória escorre em forma de água límpida e esgoto escuro. As palavras materializam coleções de estranhezas, labirintos sufocantes, olhos nômades, corações turbilhonados. Fazem referências a bairros e lugares cariocas, mas na verdade estão falando da Cidade Infinito. Assim é que, por vezes, este belo livro-poema lembra o Uivo do Ginsberg, que recita sutras intermináveis ao som do cântico dos cânticos tangido pelos anjos do inferno, essa cachoeira de constructos surreais, pois toda cosmovisão sobre uma megalópole será sempre um catálogo de cabelos delirantes a revestirem esqueletos de pesadelos. Outras vezes lembra toda essa poesia a se erguer em torno dos dramas em transe das armaduras urbanas do mundo moderno, desde um Baudelaire ou um Benjamin, até o atordoante fluir de uma odisseia joyceana. – Afonso Henriques Neto
Informações sobre o Livro
Idioma : Português
Editora do livro : PATUA EDITORA
Autor : Não Informado
Título do livro : Prosa da Cidade
Data de publicação : 20-02-2025
Gênero do livro : Ficção
Peso : 348 g
Quantidade de páginas : 184
Ano de publicação : 2025
Altura : 30 cm
Largura : 23 cm