Entre as várias invocações em sede, Eduardo Valmobida atrai o leitor numa imagem esclarecedora desse grande poema meditativo: a rede do pescador. Percorrendo a herança da tradição fi losófi ca, religiosa e poética do subcontinente indiano, o leitor divaga em ciclos embrenhados aos sentidos das palavras.Carregados de símbolos sagrados, seus versos longos ou breves, em estrofes ou em prosa, envolvendo ouvidos e garganta, se pautam pelo “sOm” primevo, dissoluto nos gêneros à maneira dos deuses, andrógino.Aqui, se há algo espirituoso, se há jogo de palavras, é porque elas são a encarnação de uma expressão espiritual. A relação do Eu com o divino é inesgotável e abrange inclusive entreveros amorosos. Eduardo propõe uma sede que só se sacia no encontro com o sentido primordial das palavras —um prazer na ausência (do divino?).Essa é a originalidade desta obra —ofertar o que é mais importante na poesia, ou pelo menos em sua poesia: a sensorialidade. A sede, recôndito que a tudo permeia, é onde o erótico faz todo o sentido e toma várias formas, se fazendo múltiplo e uno com o sagrado. sede é a imagem viva achada na rede do pescador, o resgate da espiritualidade na poesia, na qual a linguagem é entidade, é divindade. Régis Mikail
Informações sobre o Livro
Título do livro : Sede
Autor : VALMOBIDA, EDUARDO
Idioma : Português
Editora do livro : Laranja Original
Gênero do livro : Filosofia e psicologia
Data de publicação : 30-01-2024
Peso : 200 g
Quantidade de páginas : 120
Ano de publicação : 2024
Altura : 30 cm
Largura : 23 cm