Canudos – sua gente, sua terra, suas lutas, seus dissensos instauradores – continua em disputa. Se Canudos e os conselheiristas foram feitos inimigos da República brasileira, do progresso e do desenvolvimento, seus sobreviventes – sobreviventes, não vítimas – espalharam-se como sementes de resistência. Por isso, voltamos a Canudos e às suas lutas. Não para reconstruir o tempo de Antonio Conselheiro como monumento imóvel e petrificado. Trata-se de reconhecer, lá e aqui, o esforço de reavivar “as centelhas da esperança” acesas pela tradição de rebeldia dos pobres, dos trabalhadores, dos oprimidos, que, ao escavar a própria história, vão construindo um modo de ser e de existir que permita romper com as dominações. Voltamos a Canudos, ao sertão e a seus múltiplos sentidos, disputando e contrarrestando os significados impostos desde fora como monumento-barbárie que consolidaram a visão dicotômica e dual entre o sertão e o Brasil. Se o sertão virou o Outro do Brasil, estamos somados a muitas outras Canudos no esforço de ressignificar e renomear o próprio Brasil. (…) Este livro se pretende parte do diálogo e da disputa. É uma aposta: somente a tradição dos oprimidos, repensando contradições e reconstruindo veredas, será capaz de despertar as centelhas da esperança por uma vida vivida como construção compartilhada da utopia. Canudos resiste, lá e aqui. (…) – Gabriel Ferreira Zacarias, no posfácio
Informações sobre o Livro
Idioma : Português
Editora do livro : ELEFANTE EDITORA
Autor : BARROS; PRIETO; MARINHO; (ORGS.)
Título do livro : Sertão, Sertões – Repensando Contradições, Reconstruindo Veredas
Data de publicação : 17-07-2019
Gênero do livro : História
Peso : 395 g
Quantidade de páginas : 264
Ano de publicação : 2019
Altura : 30 cm
Largura : 23 cm